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Implantes cocleares: Quando se é velho demais ou jovem demais?

Os implantes cocleares tornaram-se um tratamento para perda auditiva cada vez mais usado. Não foi sempre assim: nos anos 90, havia requisitos bastante severos, que excluiriam muitos dos pacientes de hoje.

O número de pessoas consideradas medicamente aptas para receber um implante coclear hoje é consideravelmente maior, de modo que muitos se perguntaram: existe tal coisa como muito jovem – ou muito velho – para receber um implante coclear?

Vejamos o que as evidências nos mostram.

Quando se é demasiadamente jovem?

Para uma criança nascida com uma perda auditiva profunda que não pode ser tratada por um aparelho auditivo, estudos mostram com elevado grau de certeza que a identificação precoce e a intervenção – como a implantação coclear para aqueles que dela necessitam – estão associadas a melhores habilidades auditivas mais tarde na vida.

Durante os três primeiros anos de vida, o cérebro de uma criança ainda está construindo suas conexões neurais.1Para uma criança com perda de audição, isso significa que, durante esses primeiros anos, o cérebro é muito mais propenso a se adaptar à estimulação elétrica do implante coclear em comparação com momentos posteriores na vida. Para uma criança que recebe a intervenção adequada cedo e cresce ouvindo com um implante coclear, essa audição será para ela “normal”.

“Há vinte anos, os usuários de implantes cocleares eram geralmente comparados a crianças surdas da mesma idade, que usavam aparelhos auditivos de alta potência como controles. Atualmente, são comparados a crianças com audição normal da mesma idade”.1

Outro estudo observou 53 jovens implantados entre 2,5 e 21 anos. Constatou que a audição das crianças implantadas após os dez anos de idade não melhorou tanto quanto aquelas que receberam implantes mais cedo – se sofriam de perda auditiva profunda desde o nascimento.2Outros estudos mostraram que as crianças implantadas antes do segundo aniversário “apresentam um desempenho significativamente melhor” do que as implantadas em idade mais avançada.3,4,5

Assim sendo, qual a melhor época para uma criança receber um implante coclear? Depende de fato das normas do país onde vive. Por exemplo, nos EUA o FDA aprovou implantes cocleares em crianças de até 12 meses.

O fato mais importante a destacar aqui é que essa regra só se aplica a crianças com perda auditiva profunda desde o nascimento e para as quais aparelhos auditivos não foram úteis. Para crianças com perda auditiva progressiva, não importa se têm 2 ou 10 ou 15 anos, desde que a perda auditiva seja tratada em tempo hábil.

Basicamente, não importa a idade da criança: a intervenção precoce pode resultar em melhor audição.

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Quando se é velho demais?

Por outro lado, alguém com setenta, oitenta ou mesmo noventa anos de idade pode olhar para um implante coclear e pensar que não se qualificam para um devido a problemas relacionados à idade ou à saúde.  Isso não poderia estar mais longe da verdade: os benefícios de um implante coclear podem ser enormes, e a maioria dos problemas de saúde relacionados à idade não são impedimento para o recebimento de um implante coclear.

Eles podem ter sofrido uma perda gradativa da audição nas últimas décadas, ou podem ter experimentado uma perda auditiva súbita devido a uma doença ou trauma.

Em qualquer caso, os estudos aqui mostram que os usuários de implante coclear mais velhos mostram “melhora significativa na percepção da fala após a implantação.”6Os receptores de implantes cocleares mais jovens tendem a ter melhores resultados do que os adultos mais velhos – mas isso ocorre devido ao fato de os adultos mais velhos ficaram surdos por mais tempo que os adultos mais jovens, e não por terem mais idade.6,7,8

Isso ocorre porque para adultos, como crianças, um dos maiores indicadores de sucesso é a duração da perda auditiva – a intervenção precoce pode levar a melhores resultados. Independentemente da idade do adulto, um período de tempo mais curto entre a perda auditiva e o tratamento pode levar a uma melhor audição.

Tanto indivíduos mais jovens quanto mais velhos demonstraram melhora significativa no reconhecimento da fala após receber um IC.9

E os implantes cocleares também auxiliam a ouvir música. Em um estudo com 81 receptores de implantes cocleares da MED-EL, os pacientes adultos mais velhos não “diferem significativamente dos mais jovens na [compreensão] de peculiaridades da música, como altura e timbre.”10

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Referências

  1. Vincenti, V., Bacciu, A., Guida, M., Marra, F., Bertoldi, B., Bacciu, S., Pasanisi, E. (2014) Pediatric cochlear implantation: an update. Italian Journal of Pediatrics. 40(72). doi: 10.1186/s13052-014-0072-8.
  2. Gratacap, M., Thierry, B., Rouillon, I., Marlin, S., Garabedian, N., & Loundon, N. (2015). Pediatric cochlear implantation in residual hearing candidates. Annals of Otology, Rhinology & Laryngology. 124(6):443-51. doi: 10.1177/0003489414566121.
  3. Heman-Ackah, S.E., Roland, J.T. Jr., Haynes, D.S., & Waltzman, S.B. (2012) Pediatric cochlear implantation: candidacy evaluation, medical and surgical considerations, and expanding criteria. Otolaryngologic Clinics of North America. 45(1):41–67. doi: 10.1016/j.otc.2011.08.016.
  4. Kim, L.S., Jeong, S.W., Lee, Y.M., Kim, J.S. (2010). Cochlear implantation in children. Auris Nasus Larynx. 37(1):6–17. doi: 10.1016/j.anl.2009.09.011.
  5. Cosetti, M.K., Waltzman, S.B. (2011). Cochlear implants: current status and future potential. Expert Rev Med Devices. 8(3):389-401. doi: 10.1586/erd.11.12.
  6. Budenz, C.L., Cosetti, M.K., Coelho, D.H., Birenbaum, B., Babb, J., Waltzman, S.B., & Roehm, P.C. (2011). The Effects of Cochlear Implantation on Speech Perception in Older Adults. Journal of the American Geriatric Society. 59(3):446-53. doi: 10.1111/j.1532-5415.2010.03310.x.
  7. Friedland D.R., Venick H.S., Niparko J.K. (2003). Choice of ear for cochlear implantation: The effect of history and residual hearing on predicted postoperative performance. Otol Neurotol. 24(4):582–589.
  8. Tyler R.S., Summerfield, A.Q. (1996). Cochlear implantation: Relationships with research on auditory deprivation and acclimatization. Ear Hear: 17(3):38S–50S.
  9. Zwolan, T.A., Henion, K., Segel, P., Runge, C. (2014). The role of age on cochlear implant performance, use, and health utility: a multicenter clinical trial. Otol Neurotol. 35(9):1560-8. doi: 10.1097/MAO.0000000000000583.
  10. Papadelis, G. (2014). Music perception in older adult cochlear implant users: Evidence about age-related decline in rapid temporal processing. Procedia – Social and Behavioral Sciences. 126:107-108. doi: 10.1016/j.sbspro.2014.02.331.

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