Histórias de Usuários

Sobre terapia fonoaudiológica e vinho

Comecei o ano refletindo sobre duas situações distintas. Mas, que ao ingressar no curso de Acreditacion na MED-EL (a primeira etapa foi realizada na Argentina) se intensificaram. Terapia fonoaudiológica para crianças surdas e vinhos: para que tenhamos bons vinhos, temos que ter boas uvas. E, para isso, solo fértil – praticamente a base para um vinho de qualidade.

O solo precisa ser irrigado e precisa ter nutrientes. Comparo o solo aos pais. A base da formação dos filhos em situação de desequilíbrio ou, fragilizada com a descoberta do diagnóstico da surdez, precisa ser nutrida com boas influências teóricas sobre como facilitar as habilidades auditivas e linguísticas. Os pais precisam ser irrigados com motivação e entusiasmo, porque, em alguns casos, há risco de não serem capazes de oferecer todos os “nutrientes” que podem.

Para o desenvolvimento da uva, fatores externos como o clima também são fundamentais. Desses fatores externos faço a relação com os dispositivos eletrônicos: precisam estar favoráveis, bem ajustados. Sem eles, as crianças não poderão atingir o melhor desempenho auditivo e linguístico.

Ainda temos as mãos do homem para a uva ter sua total identidade. Mesmo com toda a tecnologia aplicada no plantio, colheita e fermentação, é indispensável esse terceiro elemento. O trabalho da reabilitação é o de fornecer “nutrientes” suficientes para a família auxiliar na prática das habilidades comunicativas, definitivamente quebrando qualquer barreira da incomunicabilidade. Fornecer audibilidade necessária no processo da reabilitação é treinar o cérebro a entender o som e seus significados (detectar, discriminar, reconhecer).

Quando falamos em um dispositivo eletrônico não se trata da substituição por uma orelha nova, por isso precisamos tanto criar oportunidades para o cérebro construir a representatividade dos sons que irá receber por meio do dispositivo. Conversar com a criança, uma situação que parece simples pode fazer toda diferença! As crianças precisam ser nutridas de linguagem. A fala e a linguagem são processos que dependem de muita exposição.

Para os pais, reforçar a importância de explorar cada momento e encorajá-los, fornecendo-lhes empoderamento e controle da situação. As mais bizarras definições das propriedades dos vinhos são atribuídas às experiências das pessoas que vivenciaram aromas e sabores repetidamente. Portanto vamos dar mais oportunidades para as crianças conhecerem mais os sons, a fala e a linguagem, assim como exploramos outros sentidos que nos remetem a lembranças concretas.  É preciso expor as crianças a um universo de cor, som, imagens e amor. Esses elementos juntos trarão ao vinho a sua complexidade, e a cada criança sua singularidade.

Cilmara Levy

Fonoaudióloga
Doutora em Ciências da Saúde pela FMSCSP
Coordenadora do Curso de especialização em Audiologia pela FCMSCSP
Prof. Assistente do curso de Fonoaudiologia da FCMSCSP
Membro da diretoria da Academia Brasileira de Audiologia – ABA

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