A surdez na infância não impediu Camila de voar alto: a futura engenheira mecânica aeronáutica e seus implantes cocleares

Conhecendo Camila: Uma Jovem Determinada

Camila, uma jovem de 22 anos de Tremembé, São Paulo, é estudante de Engenharia Mecânica Aeronáutica na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI). Além de sua paixão pela engenharia, Camila é escoteira desde os 7 anos, adora ler, desenhar, dançar sapateado, jogar tênis e aprender novos idiomas. Sua jornada auditiva começou aos 5 anos, quando foi diagnosticada com surdez progressiva.

Desafios Iniciais: A Luta pelo Diagnóstico

A jornada auditiva de Camila começou com desafios significativos, especialmente no início. A perda auditiva progressiva não foi imediatamente perceptível para sua família e amigos, pois Camila desenvolveu a habilidade de leitura labial de forma espontânea e ainda conseguia ouvir sons altos. Foi apenas quando ela mudou de escola, aos 5 anos, que sua professora do 1º ano suspeitou que algo estava errado.

A professora, junto com o professor de educação física, realizou alguns testes lúdicos para confirmar suas suspeitas antes de conversar com os pais de Camila. Esse foi o primeiro passo para a descoberta da surdez. No entanto, obter um diagnóstico preciso não foi fácil. A família enfrentou uma verdadeira maratona de consultas e exames, que muitas vezes não forneciam respostas claras. Em sua cidade natal, os resultados das audiometrias eram inconsistentes, e a família foi informada de que os exames estavam ótimos, apesar das evidências contrárias.

Após meses, a família de Camila finalmente conseguiu o diagnóstico correto, e descobriram que ela tinha surdez moderada no ouvido esquerdo e severa no direito. Esse diagnóstico marcou o início de uma nova fase de desafios: a adaptação aos aparelhos auditivos e a necessidade de terapia fonoaudiológica.

A reabilitação auditiva foi um processo contínuo e exigente. Camila precisou trocar de fonoaudióloga e iniciar terapias específicas para reabilitação auditiva e de fala. Além disso, a descoberta da surdez bilateral de sua irmã trouxe uma nova camada de complexidade e apoio mútuo dentro da família.

Apesar das dificuldades iniciais, Camila sempre contou com o apoio incondicional de seus pais, familiares, professores e colegas de escola. Esse suporte foi fundamental para que ela pudesse enfrentar os desafios e seguir em frente com determinação.

A Decisão pelo Implante Coclear

Com o tempo, a perda auditiva de Camila progrediu rapidamente, levando à indicação do implante coclear. Em fevereiro de 2012, aos 9 anos, ela recebeu seu primeiro implante no lado direito, seguido pelo implante no lado esquerdo em novembro de 2013. A escolha pela MED-EL foi recomendada pela equipe médica, que confiava na qualidade e adequação dos produtos para o caso de Camila.

A Primeira Ativação: Uma Experiência Inesquecível

Camila lembra com carinho da primeira ativação de seu implante coclear. Inicialmente, as vozes soavam normais, mas a voz de seu pai parecia alterada, como se ele tivesse inalado gás hélio. Após ajustes, a voz se normalizou, mas a experiência ficou marcada como um momento engraçado e especial.

Transformação com o Implante Coclear

Os implantes cocleares da MED-EL transformaram a vida de Camila, permitindo que ela reouvisse sons e aprendesse novos. Um momento marcante foi quando ela ouviu os estalos de uma fogueira pela primeira vez, algo que ela não sabia que fazia barulho.

A qualidade do som e o conforto dos processadores SONNET 2 são aspectos que Camila valoriza muito, tornando o uso dos implantes quase imperceptível no dia a dia.

Reabilitação e Adaptação

A adaptação de Camila ao implante coclear foi rápida. Desde a primeira ativação, ela já conseguia ouvir e compreender bem, superando a qualidade dos aparelhos auditivos. As principais atividades de reabilitação incluíram exercícios de fechamento auditivo, músicas e a plataforma Afinando o Cérebro, que ajudaram a aprimorar sua audição.

Sonhos e Conselhos para o Futuro

Camila sonha com um sistema de saúde acessível e eficiente para todos, especialmente para aqueles com perda auditiva. Ela deseja que a acessibilidade seja uma realidade sem a necessidade de luta constante. Seus conselhos para outras pessoas são: não se comparar com os outros, comunicar os desconfortos auditivos ao fonoaudiólogo e nunca desistir, mesmo que a jornada seja desafiadora.

Camila, obrigado!